março 27, 2008

Fecho as portas. Escondo-me entre paredes. Abro a mente. Tento resgatar um passado mal resolvido, um tempo que dei e que nunca concluí. Agarro-me ao volante, piso no acelerador, apago o carro, não coordeno os movimentos. Freio. Tarde, mas freio. Caos. Medo. Insegurança. Decepção. Onde estava minha cabeça? Não poderia estar com ela, não parecia ser possível. Mais uma noite brincando com o desconhecido, mais uma vez dando de cara – quase que literalmente – no concreto. Quase. Tem gente que gosta do estrago, eu nunca me senti atraída por tal. Eu gosto de me entregar ao momento, deixar que ele me guie na mais avassaladora dança ou na mais cruel esquina. Não gosto do estrago. Já estraguei diversas vezes e isso não me trouxe nada de bom. De repente acabei por entregar-me a momentos não tão certos; porém, não me entreguei em vão. Levo comigo, sempre, algo de qualquer momento, sejam lágrimas ou sorrisos. Aprendo. Cresço. Carrego histórias. Adquiro experiência. Não sai barato – se vale a pena correr o risco, não há preço a ser calculado. Acordei menos teimosa. Temi. Chorei lagos. Depois ri. E ainda, rio. Pode nadar a vontade, aqui ninguém afoga-se sem querer. O passado ficou pra trás e em um único estalo – e digo de estalo – ele parou de me engolir. Acelerei antes de frear. E acelerei tarde.

Um comentário:

Anônimo disse...

vamos juntar nosso lagos!