agosto 12, 2008

Nós



E aí, de repente, nós vemos que crescemos - de um dia para o outro - e que nesse intervalo de mudança de data ficou um vazio, antes preenchido por outra pessoa. Nós sabemos que não existe alguém capaz de preenchê-lo, mas não acomodamo-nos com tal vão. Então, nós saímos pela porta e deixamos a janela aberta. Procuramos novidades, verde, sol, estação, filmes, calor humano, palavras sinceras, risadas vagas e cheias de alegria. É estranho como tantas maravilhas acontecem em nossa vida e não percebemos mais a falta que aquele pretérito-mais-que-perfeito faz - e, como, nem queremos que ele volte. Mas, mais estranho é essas pessoas, que tanto nos fizeram sorrir, não mais participarem de grande parte dos acontecimentos de nossa vida e, ainda assim, sorrirmos de verdade. Sem nostalgia, demagogia ou fingimento. A vida, simplesmente, não parou e tampouco parou o coração. Tanto amamos essas pessoas! Elas chegam à nossa mente sempre, porém, parece que nos acostumamos com sua ausência em nosso cotidiano. Elas não ficaram no passado ou em algum porta-retrato; permanecem em nosso coração embrulhadas para presente em um pacote brilhante. E proporcional à maneira que nos fizeram crescer, elas também cresceram dentro de nós. A distância não muda nada, jamais. Desde que haja diálogo podemos morar no Japão e outra parte na Argentina que seremos, sempre, como irmãos. Ah! E é tão bom receber um abraço já conhecido... Receber aquele carinho que há tanto tempo não sentimos. Notar cada diferença, saber que também fomos notados e, ainda assim, haver respeito e amor em cada palavra trocada. Não nos deveria trazer tristeza mas, sim, felicidade - porém, essa idéia parte da consciência de cada um -, pois somos a união de cada pedacinho que nós acrescentamos às pessoas.

pra ficar tudo jóia rara

sem som. sem desconforto. cem! o abismo daquele olhar me jogou no clichê. se for pra escrever, será da sorte que tenho e não daquilo que sobra. deixei as tristezas longe - as cobri com calor de presente. o passado se encontra da porta pra fora, sem nenhum amasso. e o futuro, ó Deus, quem sabe?