dezembro 30, 2009

LIFE IS SO DISAPPOINTING...

novembro 28, 2009

Ímpeto

Desse sonho tu não fazes parte. Não fazem parte tuas mãos, teu sorriso, teu abraço, teu cabelo, teu calor, tua personalidade, tuas implicâncias, teus defeitos, tuas virtudes, tua cabeça minúscula, tua ignorância incurável, teu orgulho triste não faz parte. Nada que te descreve.

Obrigada! Agradeço por ter me provado que não fazes mais parte de mim em nenhum sentido, em nenhum fragmento. Talvez no passado, mas só lá.

Pode me chamar de instável, difícil, hipócrita... Eu prefiro me chamar de sincera. Com os dois pés adiante. Em frente. Focada. Desculpa, mas desse sonho tu não fazes parte. E nunca fizeste.

julho 20, 2009

que assim seja

que enfeites, com teu sorriso, o meu mundo
que tragas, nos teus olhos, brilho para iluminá-lo
que, quando eu quiser destruir o todo, tenhas força para segurar-me
que transbordes carinho enquanto, em teu colo, eu deitar
que tires de mim o que eu guardo em segredo, só para me arrancar risadas
que existas, não apenas em minha visão
que chegues com um abraço guardado no bolso
e que permaneças, não somente em minhas noites
não me queiras pela metade,
que nunca saberás qual de mim quiseste.

junho 14, 2009

fora, metáfora

há algumas noites, antes de dormir, suplicava não estar apaixonada. obcecada. triste. agradecia ao universo por estar longe daquela dor e tão perto de não lembrar. e não fazem muitas tardes, eu recebia o presente que precisava: o tombo. foi quando acordei. foi quando voltei a ser e agir "como sempre". levantei devagar, tentando organizar os pensamentos, assimilar cada passo dado antes de tal queda. e aí, aconteceu: reergui a mente. não caminhei, corri. corri contra o vento, fazendo-o ficar a meu favor. corri com ira nos olhos e velocidade na força. alcancei o ponto de chegada. cumpri a missão que me fora dada. de repente, passei a enxergar o sol como apenas mais uma estrela. e me dei conta que minhas súplicas foram atendidas - mais rápido do que esperava. minha sombra se esforçava para me alcançar, meus passos flutuavam sedentos por liberdade. eu abandonei aquele lugar. eu abandonei aquele eu. eu abandonei quem eu esperava me abandonar. então, joguei no fogo aquele livro de tão poucas páginas, tão pequeno e sem conteúdo. e como um grito no ar, eu voltei para mim.

abril 27, 2009

Café com açúcar


Hoje, no caminho para casa, ouvi uma velha conhecida na rádio. A música. Aquela. A que cujo par martelava na minha cabeça, fazia barulho no telefone e batucada no meu peito. Hoje ela não teve par. Estava sozinha. Em mim, no pensamento e no coração. Meus tímpanos a absorveram pura, límpida, heterogênea. Eu sabia que agora ela era apenas mais uma, apenas a próxima, a que recém tocou, a que ouço no agora. Sem ser especial. Sem ter significados. E depois de tanto tempo, me senti livre. Livre de não associá-la a mais nada. A ninguém. Mas, também senti um vazio. Uma "coisa" oca por dentro. Senti não sentir. Uma liberdade mais parecida com solidão. A música não tinha mais par, assim como eu. Éramos nós duas. Ambas cantando no ritmo; eu sabendo mais sobre ela do que ela de nós - antigamente parecia nos conhecer tão bem. Porém, não havia mais nós. Havia eu. E a cidade. E as pessoas. E as gargalhadas. E os planos. E os sonhos. E... é, reticências. Tanto destratei aquele par que ele abandonou a música. Injustiça? Não, ele fez o certo e eu achei que sabia o que fazia. Ainda era meu, de alguma forma. Ainda era dele, mas só eu sabia. Hoje descobri o que é esquecer. Descobri que esqueci. Que guardei tão abaixo de meus pés aquele sorriso, até que ele cavou uma passagem e encontrou seu novo repertório. Pode não ser o preferido ou o melhor que ja compôs, mas este ele sabe que não vai parar de tocar de repente, como o meu costumava fazer. E eu? Bem, eu continuo vivendo as ironias que derrapam no meu caminho, ouvindo as músicas que as estradas me oferecem, sem impôr poesia alguma a quem quer que seja. Não sei se aprendi algo. Encontrei tantos devaneios enquanto ele trilhava sua sorte sob meu reino de ilusões, que agora, só me resta trocar de pista. Não quero lembrar. Não quero esquecer. Quero não pensar. Um dia a música encontrará seu par, mas eu não a ouvirei. Não mais. Continuo tão conservadora e romântica quanto antes, só que, mais esperta e menos egoísta.

março 15, 2009

Era


“...Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando a pé pra casa, avariada.
Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Talvez este seja o ponto. Talvez eu não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria à minha vida satisfatória, sem sequelas, sem registro de ocorrência? Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.
Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.”

(Martha Medeiros)

março 14, 2009

AR!!!


Embrulhei meus olhares, palavras, toques e beijos e guardei-os no fundo de mim. No dentro. No interno. No intocável. No secreto. No puro. Um tempo, só um tempo. Talvez com acréscimos, talvez sem. Um momento. Uma vida. Um espaço. Pra mim.