junho 14, 2009

fora, metáfora

há algumas noites, antes de dormir, suplicava não estar apaixonada. obcecada. triste. agradecia ao universo por estar longe daquela dor e tão perto de não lembrar. e não fazem muitas tardes, eu recebia o presente que precisava: o tombo. foi quando acordei. foi quando voltei a ser e agir "como sempre". levantei devagar, tentando organizar os pensamentos, assimilar cada passo dado antes de tal queda. e aí, aconteceu: reergui a mente. não caminhei, corri. corri contra o vento, fazendo-o ficar a meu favor. corri com ira nos olhos e velocidade na força. alcancei o ponto de chegada. cumpri a missão que me fora dada. de repente, passei a enxergar o sol como apenas mais uma estrela. e me dei conta que minhas súplicas foram atendidas - mais rápido do que esperava. minha sombra se esforçava para me alcançar, meus passos flutuavam sedentos por liberdade. eu abandonei aquele lugar. eu abandonei aquele eu. eu abandonei quem eu esperava me abandonar. então, joguei no fogo aquele livro de tão poucas páginas, tão pequeno e sem conteúdo. e como um grito no ar, eu voltei para mim.