março 12, 2008


O que escrever quando a cabeça está cheia de pensamentos incompletos?

Posso começar por esquecer. Quando começa-se a esquecer? Quando a retina irá cansar-se das mesmas cores que a apedrejam de prazer e desgosto? Será que minha retina gosta de rotina? Se gostar, não posso contar com ela para esquecer. Posso contar com a distância! Pois, aquilo que os olhos não vêem, o coração não sente. Certo? Não.

E a mente? Se o que a retina não alcança, o órgão responsável pela minha vida não percebe, qual seria a função da mente? Fora o fato de ela me contrariar a cada instante. (Claro, digo isso como ser incontrolavelmente pensante) E o meu livre-arbítrio? Se eu sou livre para fazer aquilo que quero e minha vontade é esquecer, por que não consigo? Por que meu livre-arbítrio não se aplica a mim mesma? Se tudo fosse apenas uma questão olhos-coração, o mundo seria um grande The Sims e Einstein um extra-terráqueo - se é que não foi. Na realidade, fica fácil o homem reduzir a si próprio em simplicidade de anseios e ditos, tal o seu medo em descer às suas profundezas.

Sou feita de complexidade – não acho que seja a única, definitivamente - e uma mistura de pensamentos contraditórios. Poderia passar horas discutindo com minha mente sobre tudo que aprendi nos livros, porém que nunca entendi. O dia que parar de me contrariar, já posso dormir. Sei o que é a definição do amor pelos meus colegas e minha professora de Comunicação e Psicologia. Porém, que tanto sabemos, nós, meros seres humanos – muitas vezes vítimas da angústia solitária - sobre o amor ou qualquer outro, denominado, “sentimento”? Sei que amar é oferecer sem pedir nada em troca; sem querer em troca. Sei? (Ditos, ditos, ditados...)

Quem me fez em mente, pupila e coração?


Ainda
não sei esquecer, mas consigo não lembrar. Nunca. Sempre. Ainda.


Comecei por esquecer e não lembrei de terminar. (Mas, por que TUDO tem que ter fim?) Será que esqueci? Ponto pra mim.

Um comentário:

Anônimo disse...

aquilo que os olhos não vêem, o coração não sente?
errado