Ela foi fria
Depois de ter sido tão quente
Levantou com pressa
Limpou o calor com olhar indiferente
Vestiu as peças despida de calma
Pode fumar?
Sentou
Acendeu o cigarro
Olhou fixo a rachadura na parede
Parada, tragou
Levantou
Vou indo, se cuida
Não esperou resposta, bateu a porta
Na cama ela deixou
Sozinha sem entender
Chorando pra desabafar
Ela, sem culpa daquele pesar
fevereiro 10, 2011
fevereiro 09, 2011
Do vinho pra água
Às vezes, quando calada, me sinto sozinha. Uma solidão tranquila de uma paz que não encontro fora. Fico calada porque estou farta de pensamentos e não tão cedo devo transformá-los em palavras. Porém, se por muito tempo sigo calada o pensamento engana enquanto o olho perde o foco. Quando dou por mim, já estou cansada de tanto viajar.

Mãe, tô voltando pra casa. Não quero mais brincar. Esse mês foi muito difícil e ainda nem aprendi a cozinhar. As paredes não são amarelas, a bagunça não tem história, o fogão está muito sozinho e a cama é grande demais. O ursinho e a Tati em cima do travesseiro me fazem sentir patética. A sede de independência colidiu com a ideia de ser dona do meu nariz que, embora pequeno, dá um trabalho imenso pra uma só pessoa. Agora eu entendo. Entendo por que brigavas, o motivo das tuas lágrimas, os silêncios agudos. Eu nunca fui fácil. E nunca tentei, só queria me dar bem. Batalhava pela minha dignidade em redações, buscava uma felicidade cinematográfica e cantava alto as músicas que descreviam minha situação. Eu era um prato cheio pra um abraço faminto. De carente passei pra careta. Não vejo televisão sem usar óculos, não bebo mais cerveja e nem fumo mais cigarro. No computador procuro cultura e nas conversas conteúdo. As risadas dimuíram o tom e o olhar sóbrio conquistou a noite. Noite de filmes, reuniões tranquilas, silenciosas. Noites que fazem o dia ser um lugar proveitoso não apenas pra pagar as contas, mas também pra praticar exercícios e manter a saúde em dia. É, mãe, essa vida nem parece ser minha. Ainda ontem esperava ansiosa pelo dia em que ele iria chegar, fazia barulho com o salto, ficava embriagada e jogava cigarro no ar que outra pessoa respirava. Cansei, mãe. Acho que é isso: cansei.
Calei demais o que senti em excesso. Quando vi já não enxergava. Quando lavei o rosto já não tinha mais juventude pra limpar. Quando acordei a ressaca parecia não ter fim. Foi quando abri os olhos, saí e, a partir de então, me calei.

Mãe, tô voltando pra casa. Não quero mais brincar. Esse mês foi muito difícil e ainda nem aprendi a cozinhar. As paredes não são amarelas, a bagunça não tem história, o fogão está muito sozinho e a cama é grande demais. O ursinho e a Tati em cima do travesseiro me fazem sentir patética. A sede de independência colidiu com a ideia de ser dona do meu nariz que, embora pequeno, dá um trabalho imenso pra uma só pessoa. Agora eu entendo. Entendo por que brigavas, o motivo das tuas lágrimas, os silêncios agudos. Eu nunca fui fácil. E nunca tentei, só queria me dar bem. Batalhava pela minha dignidade em redações, buscava uma felicidade cinematográfica e cantava alto as músicas que descreviam minha situação. Eu era um prato cheio pra um abraço faminto. De carente passei pra careta. Não vejo televisão sem usar óculos, não bebo mais cerveja e nem fumo mais cigarro. No computador procuro cultura e nas conversas conteúdo. As risadas dimuíram o tom e o olhar sóbrio conquistou a noite. Noite de filmes, reuniões tranquilas, silenciosas. Noites que fazem o dia ser um lugar proveitoso não apenas pra pagar as contas, mas também pra praticar exercícios e manter a saúde em dia. É, mãe, essa vida nem parece ser minha. Ainda ontem esperava ansiosa pelo dia em que ele iria chegar, fazia barulho com o salto, ficava embriagada e jogava cigarro no ar que outra pessoa respirava. Cansei, mãe. Acho que é isso: cansei.
Calei demais o que senti em excesso. Quando vi já não enxergava. Quando lavei o rosto já não tinha mais juventude pra limpar. Quando acordei a ressaca parecia não ter fim. Foi quando abri os olhos, saí e, a partir de então, me calei.
janeiro 24, 2011
Inspira, expira... respira. INSPIRA!

O cansaço físico e psicológico andou me dando folga nos últimos dias. Os planos para os 12 meses que seguem continuam intactos e sendo colocados em prática, pouco a pouco. Os dias quentes de verão não tem me incomodado (como sempre o fizeram) e estou muito disposta (há tempos não me via assim!). Nem tudo são flores, é claro, vez que outra me pego nervosa, ansiosa e, até, chateada. Porém, aprendi com Pollyana a ver o lado positivo de cada situação. Já com a vida, aprendi que os meus feitos e conquistas dependem só de mim. Fato que traz uma responsabilidade enorme, de mim para comigo. Aí, é aquela mistura de sensações: os tais nervosismo e ansiedade, mas também a velha e conhecida tranquilidade. E é nela que concentro minhas forças e energias. Dedos cruzados, olhos atentos, cabeça funcionando e coração pulsando. O resto? Deixa pra mim, que sou canhota.
janeiro 04, 2011
dezembro 28, 2010
com ou sem suín

Passei muito tempo fora. Como de costume, fui ao extremo. Exigi demais sem precisar de tanto. De mim. Fui puxada da superfície para dentro tão rápido, que por pouco não deu tempo de respirar. Mas não fui afogada - por sorte, sei nadar! De olhos abertos, vi tanto durante este percurso... Ouvi, também. Palavras amigas, fortes, verdadeiras, "mentiras sinceras", palavras reais, quase concretas. E continuo desvendando este oceano cheio de novidades antigas e surpresas interessantes. Sigo a mesma, do mesmo jeito - meu. Com os meus planos, as minhas vontades, os meus credos e controlando o meu guidom.
dezembro 06, 2010
Fim do recesso
outubro 27, 2010
Here comes the man
outubro 24, 2010
lembrete
pode rir e debochar
pode me pegar desprevenida de equilíbrio
pode vir a tentar
pode até tentar
pode persistir até cansar
teve tanto tempo pra me conhecer
mas não o suficiente pra me duvidar
aqui
você não entra mais
pode me pegar desprevenida de equilíbrio
pode vir a tentar
pode até tentar
pode persistir até cansar
teve tanto tempo pra me conhecer
mas não o suficiente pra me duvidar
aqui
você não entra mais
julho 17, 2010
Devaneios de uma enferma
Estes dois longos dias enferma, "de molho", tem me feito um determinado mal. É. Mas não pelo já esperado fato de estar fragilizada e não conseguir dar muitos passos, e sim, porque tenho pensado demais. E quando digo isso não é exagero. Tenho esse "problema": pensar demais por sentir demais. Ressuscito sentimentos já sepultados, faço as mais diversas perguntas retóricas e acabo o dia sempre mais perdida do que comecei. (Isso me lembrou os tantos filmes atrasados que preciso devolver)
Minha amiga se foi. Não, calma, isso é drama. Ela se foi por um mês. E em dois dias já faz uma falta absurda... É quem me segura, quem me faz ver com clareza o mundo e a mim mesma; minha psiquiatra pro bono. Ela foi em busca de si mesma, do seu eu ainda não descoberto. Saiu mundo afora com a mochila nas costas pra matar uma saudade, que já a estava corroendo, e conhecer um pouco dessa Europa linda onde os personagens hollywoodianos vão tirar férias.
Tenho certeza que a ida da Tuti e este meu período em recesso da adrenalina não surgiram, ao mesmo tempo, coincidentemente. Creio que é uma espécie de desafio: eu vou ter de me enfrentar e vencer esta luta, sozinha! Ou que sou muito mística... Mas, eu aceito. Vou vagar pelo meu mundo e na minha bagagem só terá livros em branco, que é pra eu preenchê-los com os capítulos que conseguir lembrar e com tudo que eu viver.
Minha amiga se foi. Não, calma, isso é drama. Ela se foi por um mês. E em dois dias já faz uma falta absurda... É quem me segura, quem me faz ver com clareza o mundo e a mim mesma; minha psiquiatra pro bono. Ela foi em busca de si mesma, do seu eu ainda não descoberto. Saiu mundo afora com a mochila nas costas pra matar uma saudade, que já a estava corroendo, e conhecer um pouco dessa Europa linda onde os personagens hollywoodianos vão tirar férias.
Tenho certeza que a ida da Tuti e este meu período em recesso da adrenalina não surgiram, ao mesmo tempo, coincidentemente. Creio que é uma espécie de desafio: eu vou ter de me enfrentar e vencer esta luta, sozinha! Ou que sou muito mística... Mas, eu aceito. Vou vagar pelo meu mundo e na minha bagagem só terá livros em branco, que é pra eu preenchê-los com os capítulos que conseguir lembrar e com tudo que eu viver.
I just don't know what to do with myself
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