junho 07, 2015

Redes de silêncio

De faca em punho, o pescador desenredava suas possibilidades. Buscava pela fé. Temia tê-la afogado em seu oceano de esperanças. Eram tantas, que, por vezes lhe confundiam.

Estava ali, trilhado pelo vento nublado, escasso de palavras. Trocou poucas comigo. Perdia o olhar na rede vazia. Era a vida em reprise de uma frustração.

Foi silenciado pelo cansaço.

Era frágil a diferença entre a expectativa e a desilusão.

Carregava a sina que desafiou: prometeu ao tempo não abandonar o barco.

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