abril 27, 2012
abril 11, 2012
Agora e durante
Vem aqui, precisamos conversar. Na verdade, eu falo por nós duas. Então, deixa que eu vou até aí. Aliás, agora, o meu lugar é contigo. Bom, vou ir direto ao ponto. É que essa brincadeira tá ficando séria. Amanhecer em ti se torna cada vez mais envolvente. Tuas cores, teu cinza, teus traços, tua sombra, tua história me fascinam. És única e és tantas. És plural até no nome. O jeito que o sol reflete em ti e que a chuva te molha são encantadores. Te vejo tão segura e tu me pegas, geralmente, tão confusa. Percorrer tuas curvas é sempre um desafio diferente pra uma novata como eu. Tens um brilho próprio e todos que são teus - sim, és dona de todos eles - te amam de uma forma avassaladora. São teus fiéis. E eu sou quase tua súdita. Cheguei até ti com data certa pra te deixar. E agora? Como consegues ser tão cruel e tão bela, ao mesmo tempo? Ei, me conta. Me conta mais de ti. Não és de muitas palavras, eu sei. O que mostras fala por ti. Mas, queria te ouvir. Qual seria o tom da tua voz? Músicas, eu sei, tens várias. Eles sempre te cantam. Parece que nunca vou conseguir te conhecer por inteiro. És como uma ilha e eu sou tua companhia. Os outros são pura solidão. Assim fica difícil te abandonar. Assim nos vejo juntas. Por favor, não me olha do alto da tua sabedoria. Já me sinto pequeninha demais contigo. Tens alma de índio e coração de tango. Tens sede de justiça e pouco dinheiro no bolso. Tens caos até quando serena. Tens orgulho próprio e humildade disfarçada, o que atrapalha nosso diálogo – porque, tu sabes, eu não fico pra trás. Mas, por agora, tens a mim. Completamente. E eu tenho a ti. Pouco a pouco. E agora é o que importa, Buenos Aires.
março 19, 2012
Medo do engano
Como a gente se engana. Acha que gosta de Medicina, quando ama História. Tem certeza que conta com a melhor amiga, mesmo após conhecê-la ontem. Sente que encontrou sua alma gêmea, enquanto ela prefere ficar na companhia da lua. A gente está carente. De laços, de afetos, de ideais. Enquanto isso, outros carregam em si uma coragem assustadora, capaz de praticar as mais improváveis atrocidades. Depois do caso da menina que foi queimada pelo companheiro - por razões que jamais serão justificáveis -, parei pra pensar nisso: como a gente se engana. Seja em um relacionamento amoroso, profissional, de amizade ou de companheirismo. A gente se engana com as pessoas e consigo mesma.
É sabido, não precisa acontecer muita coisa pra termos o próprio nome na ponta da língua até de quem nem ou mal conhecemos. É como se as pessoas sentissem prazer em distribuir a fraqueza da gente entre risadas, comentários maldosos ou atos cruéis. Mas, afinal, o que leva uma pessoa a ser invejosa? Qual o benefício em querer prender alguém em uma relação que já faliu? Muito já ouvimos falar: as pessoas estão doentes; o mundo está doente. E a gente continua a se enganar. A se iludir.
Eu ainda não descobri como, mas algumas pessoas conseguem nos invadir alma adentro e roubar a nossa paz. Furtam nossa segurança e até a lucidez. Estraçalham nossas expectativas com palavras rudes de tom seco e provocam uma infecção nas ideias. Pessoas que possuem o poder de embriagar a nossa razão com doses de manipulação, a ponto de nos fazer esquecer que somos amáveis. Eu ainda não sei de que forma e nem o motivo, mas tem gente que consegue transformar o carinho em dor.
Por enquanto, eu também não sei como está aquela menina. E só de pensar que ela é apenas um novo caso, já me apavoro o suficiente. Com o mundo. Com as pessoas. E assim a gente vive: com medo. Medo de andar a noite e ser violentada, medo de confiar e ser traída, medo de se entregar e ser humilhada. Medo de dizer não e virar cinza. Eu espero que ela fique bem, rezo por isso. E rezo pra que a gente não perca a fé e, sim, abandone o medo. Pois é absurdo parar de viver por causa do medo. O mundo gira precisando de mais coração. E a gente precisa de muita saúde pra ser humano. De novo.
É sabido, não precisa acontecer muita coisa pra termos o próprio nome na ponta da língua até de quem nem ou mal conhecemos. É como se as pessoas sentissem prazer em distribuir a fraqueza da gente entre risadas, comentários maldosos ou atos cruéis. Mas, afinal, o que leva uma pessoa a ser invejosa? Qual o benefício em querer prender alguém em uma relação que já faliu? Muito já ouvimos falar: as pessoas estão doentes; o mundo está doente. E a gente continua a se enganar. A se iludir.
Eu ainda não descobri como, mas algumas pessoas conseguem nos invadir alma adentro e roubar a nossa paz. Furtam nossa segurança e até a lucidez. Estraçalham nossas expectativas com palavras rudes de tom seco e provocam uma infecção nas ideias. Pessoas que possuem o poder de embriagar a nossa razão com doses de manipulação, a ponto de nos fazer esquecer que somos amáveis. Eu ainda não sei de que forma e nem o motivo, mas tem gente que consegue transformar o carinho em dor.
Por enquanto, eu também não sei como está aquela menina. E só de pensar que ela é apenas um novo caso, já me apavoro o suficiente. Com o mundo. Com as pessoas. E assim a gente vive: com medo. Medo de andar a noite e ser violentada, medo de confiar e ser traída, medo de se entregar e ser humilhada. Medo de dizer não e virar cinza. Eu espero que ela fique bem, rezo por isso. E rezo pra que a gente não perca a fé e, sim, abandone o medo. Pois é absurdo parar de viver por causa do medo. O mundo gira precisando de mais coração. E a gente precisa de muita saúde pra ser humano. De novo.
fevereiro 26, 2012
Aérea a vagar
Distraída, confusa, tensa.
Escrevendo diariamente e perdendo a inspiração para qualquer som.
É como se algo doesse em sua vida, mas não sabe o quê.
Menos, ainda, imagina que medicação pode curar. Se pode.
Se é abraço, afago, carinho, palavra, sorriso ou choque.
Ultimamente, fica longe da dupla grito e discussão.
Sente tanto, por qualquer voz e palavra.
Os olhos vazios de miragens logo são preenchidos pela água salgada.
Perde um pouco do doce de si para o amargo alheio.
Cala silêncio com indiferença.
Olha para dentro.
Ainda não enxerga o que há em si.
Crise, que sejas tu.
E estejas só - de passagem.
E estejas só - de passagem.
fevereiro 23, 2012
dezembro 14, 2011
Ciclovida
Dor não cura ao criar uma culpa
Nem se arremessá-la adiante
Embriaguez não disfarça tristeza
Balcões não confortam
E copos não debatem
Embaixo do tapete não há mais espaço
E depois do relógio só há o tempo
Assumir as respostas escondidas
Deve ter gosto melhor que desgaste
Nem se arremessá-la adiante
Embriaguez não disfarça tristeza
Balcões não confortam
E copos não debatem
Embaixo do tapete não há mais espaço
E depois do relógio só há o tempo
Assumir as respostas escondidas
Deve ter gosto melhor que desgaste
dezembro 12, 2011
A (minha) verdade sobre Summer Finn
Se tu não conheces Summer Finn, assiste ao filme "500 Dias com Ela" (500 Days of Summer) antes de ler este texto.
Eu admiro Summer Finn. Sou fascinada pela maneira como consegue ser livre. Liberdade virou aquele clichê, que o pessoal adora selecionar e publicar em perfil de rede social - quem nunca o fez, que atire a primeira pedra - porém, a gente sabe que essa palavrinha tão mágica e banalizada carrega um significado bem mais profundo, embora aparente um sentido tão raso. Acontece que ser livre dos próprios medos, desejos, defeitos e até das qualidades não é tão fácil quanto citar Clarice Lispector.
Haja coragem para ser livre. Para dizer não. Para dizer sim. Para aceitar. Ser livre muito tem a ver com pisar no próprio orgulho. É assumir o erro e ter energia e, ainda, vontade para recomeçar. É perdoar. Também é possuir bravura e sabedoria para finalizar uma história ou iniciar um romance. Liberdade é saber vencer. Provavelmente, o dicionário ou as tantas sugestões que eu venha a escrever não alcançarão o patamar de um estado de espírito tão belo. Afinal, o que torna uma pessoa livre? Ser livre é muito além disso tudo, dos outros e de si. Filosofias a parte, é o que Summer Finn transparece. Do início ao fim da história sobre o amor ela é franca. Não que eu veja a vida sob medidas (e até soe contraditória), mas acredito que não há liberdade superior a de poder ser.
Summer não vive um conto de fadas com Tom porque não quer. Ela é distante e íntima quase na mesma intensidade. E embora ele represente o príncipe urbano do século 21 para a maioria das jovens que, como eu, se apaixonam pelo filme, Summer não o sente desta forma. Tom é apenas um rapaz interessante e divertido que conheceu no trabalho. Fim. O ponto inicial onde se desenrola a história é o mesmo no qual ela desemboca. Summer determinou isso. Pois é livre.
E se Summer tivesse se apaixonado por Tom, ela seria livre?
Sim, por que não? Paixão liberta. O que não é sinônimo de leveza. Para mim, paixão diverge entre a dúvida do que acontecerá nos próximos segundos e o sabor da certeza do que se quer, misturados com doses extras de cumplicidade, coragem e libertação, a ser entrelaçada por sorrisos intermitentes. Tão boa de sentir. De viver. Pena que Tom não a plantou no coração de Summer. Dona do próprio nariz - assim, livre -, foi embora. Deixou a maioria das espectadoras com dó do carismático jovem ao lhe dar as costas e escolher ficar nos braços de outro.
Ela não acreditava no amor, até que o encontrou. E Summer foi honesta com Tom ao lhe contar sobre repentina colisão. Certa? Errada? Egoísta? Ela teceu a própria história com a liberdade flutuante dentro de si e, por isso, me encanta. Apenas. Tão simples. Tão complexo.
Ela não acreditava no amor, até que o encontrou. E Summer foi honesta com Tom ao lhe contar sobre repentina colisão. Certa? Errada? Egoísta? Ela teceu a própria história com a liberdade flutuante dentro de si e, por isso, me encanta. Apenas. Tão simples. Tão complexo.
dezembro 11, 2011
Do popular: "com chave de ouro", encerrando o domingo.
Esperando, cada vez com mais ansiedade, pelo documentário From The Sky Down. U2, minha banda do coração, formada de músicos, compositores e intérpretes por excelência.
dezembro 10, 2011
Indiferença
Um silêncio tão agudo, que reflete áspero na pele.
Um aperto tão vazio, que derrama dores na cama.
Um retorno. Que não chega.
Um aperto tão vazio, que derrama dores na cama.
Um retorno. Que não chega.
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