março 15, 2009

Era


“...Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando a pé pra casa, avariada.
Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Talvez este seja o ponto. Talvez eu não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria à minha vida satisfatória, sem sequelas, sem registro de ocorrência? Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.
Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.”

(Martha Medeiros)

março 14, 2009

AR!!!


Embrulhei meus olhares, palavras, toques e beijos e guardei-os no fundo de mim. No dentro. No interno. No intocável. No secreto. No puro. Um tempo, só um tempo. Talvez com acréscimos, talvez sem. Um momento. Uma vida. Um espaço. Pra mim.

outubro 04, 2008

embalo

pensei em parar para refletir, quando de repente ela apareceu. e como sempre, me tirando do quarto, me tirando de mim e me encaixando de volta. me fazendo alçar vôos e paradoxalmente me mantendo com os pés no chão. faz falta sempre e, em mim, possui dois lugares únicos - o de irmã teimosa e de amiga-mais-compreensiva-do-mundo. igual a nós duas, com certeza não há. agradeço a minha amiga por mais uma noite amiga.

setembro 18, 2008

Surpresa!

de repente, passei a sentir. sem medo para sentir. sem medo de sentir. apenas sentir. e senti.

agosto 12, 2008

Nós



E aí, de repente, nós vemos que crescemos - de um dia para o outro - e que nesse intervalo de mudança de data ficou um vazio, antes preenchido por outra pessoa. Nós sabemos que não existe alguém capaz de preenchê-lo, mas não acomodamo-nos com tal vão. Então, nós saímos pela porta e deixamos a janela aberta. Procuramos novidades, verde, sol, estação, filmes, calor humano, palavras sinceras, risadas vagas e cheias de alegria. É estranho como tantas maravilhas acontecem em nossa vida e não percebemos mais a falta que aquele pretérito-mais-que-perfeito faz - e, como, nem queremos que ele volte. Mas, mais estranho é essas pessoas, que tanto nos fizeram sorrir, não mais participarem de grande parte dos acontecimentos de nossa vida e, ainda assim, sorrirmos de verdade. Sem nostalgia, demagogia ou fingimento. A vida, simplesmente, não parou e tampouco parou o coração. Tanto amamos essas pessoas! Elas chegam à nossa mente sempre, porém, parece que nos acostumamos com sua ausência em nosso cotidiano. Elas não ficaram no passado ou em algum porta-retrato; permanecem em nosso coração embrulhadas para presente em um pacote brilhante. E proporcional à maneira que nos fizeram crescer, elas também cresceram dentro de nós. A distância não muda nada, jamais. Desde que haja diálogo podemos morar no Japão e outra parte na Argentina que seremos, sempre, como irmãos. Ah! E é tão bom receber um abraço já conhecido... Receber aquele carinho que há tanto tempo não sentimos. Notar cada diferença, saber que também fomos notados e, ainda assim, haver respeito e amor em cada palavra trocada. Não nos deveria trazer tristeza mas, sim, felicidade - porém, essa idéia parte da consciência de cada um -, pois somos a união de cada pedacinho que nós acrescentamos às pessoas.

pra ficar tudo jóia rara

sem som. sem desconforto. cem! o abismo daquele olhar me jogou no clichê. se for pra escrever, será da sorte que tenho e não daquilo que sobra. deixei as tristezas longe - as cobri com calor de presente. o passado se encontra da porta pra fora, sem nenhum amasso. e o futuro, ó Deus, quem sabe?

julho 29, 2008

passo
para
o novo
retomando
o que
passou

julho 14, 2008

introspectiva.


eu vi o sol acariciando o mar
eu estava recém chegando à partida
e me deu saudades do (tal) amor

julho 06, 2008

temor

temo o tempo
temo a tempestade
não temo o amor
mas temo amar-te
a isso temo
porque temo que não temas
a ardência de meus sussurros em tuas orelhas
e a transparência de meus suspiros em tua nuca

julho 04, 2008

4 de Julho


Eu gostei tanto, tanto que vou colocar aqui. Post da Lanna de hoje, dia do meu aniversário. Eu? Tô todaboba.


Minha melhor amiga

Ela é rude, mas aprendeu com o tempo que todos têm seu valor.

Ela é simples, no jeito de se vestir. No jeito de calçar os sapatos. No modo como usa seu all star velho e amarra os cadarços com lentos lacinhos.

No entanto, mesmo assim, ela é tão sofisticada. Discursa tão bem e tão bonito. Convence qualquer um. De suas loucuras, de seus temores.

É intensa. Profundamente enriquecedora. Culta. Inteligente.

Uma mulher do século XXI, com os princípios de uma princesa medieval.

Ela é meu cérebro. Meu ponto de partida e de chegada. É minha irmã. Minha cúmplice. Minha consciência. Minha festa. Meu alvoroço. Meu silêncio.

São tantos os vocábulos que te definem. É tão profundo meu sossego quando penso em nossa amizade.

Tu és uma mãe. Uma filha. Um livro. Um copo de leite. Tu és um abraço apertado, uma alma que entende minhas loucuras, meus fascínios, minhas aventuras, meus erros e meus acertos. És única.

Te admirar se tornou um hábito. Desde as primeiras poesias que escrevias na nossa infância. Já eras tão decidida, enquanto eu mal sabia o que eram rimas. Agora és uma futura jornalista, e eu, eu que mal imaginávamos em uma faculdade. Dou-me de cara com o tempo ultrapassando todas as barreiras.

É mais uma fase que estamos juntas. E mais. Muito mais. Somos o exemplo perfeito da cumplicidade, da amizade verdadeira, do afeto, do carinho. E, posso sim, me gabar disso.

Fazes 18 anos... E um silêncio toma conta das minhas letras. Eu mal sei onde termino e tu começas. Sei exclusivamente que somos a dupla exata. Com muitos sorrisos, muitas histórias para contar aos nossos filhos – que serão primos de sangue imaginário -, com muita sorte, com muito charme, muito xuxexo, e claro, muito sarcasmo. Afinal, o que seria de mim sem as tuas gargalhadas.

Esse é o nosso tempo. Essa é a nossa juventude. E agradeço aos céus, por alguém ter feito meu caminho cruzar com o teu, amiga.

Eu te amo muito

Um beijo enorme e um abraço de urso, daqueles.