fevereiro 16, 2011

Uma dica


No início da semana, passei na locadora e peguei um estoque de filmes sobre máfia. A maioria clássicos, mas que por motivo ou outro ainda não assisti. Antes de sair de lá, dei uma olhada na prateleira do lado. Filmes com capas ternas, cores frias e rostos sorridentes. Passei os olhos, as mãos, li algumas sinopses, reconheci outras. Um deles me instigou. Na capa tinha George Clooney. Um George Clooney grisalho, com sorriso de meia idade e charme que a juventude não carrega. Ao lado dele, também sorridente, uma loira aparentando ter a mesma idade. Ambos em sintonia. A tradução do título me pareceu tão brega, nada condizente com a embalagem sedutora. Levei.

Ontem, depois de um dia cansativo e estressante, preparei o clássico chimarrão da tardinha e coloquei o tal Amor Sem Escalas no DVD. Logo de início, me apaixonei pela fotografia. Então, pelos figurinos - não chamo isso de futilidade. Quando aprecio a roupagem é por que sinto ator/atriz a vontade, em harmonia com personagem, como se este fosse pessoa real e não fictícia. Me fiz entender? -, caí de joelhos pelo descrente Ryan e fui positivamente surpreendida com a atuação de Anna Kendrick, atriz que ainda não conhecia, no papel da jovem Natalie.

Entrelinhas e diálogos interessantes, o filme me fez refletir sobre o amor e a dedicação ao emprego. Nosso trabalho torna-se o segundo lar e os colegas são como nossa segunda família. Passamos mais tempo naquele lugar, com aquelas pessoas, que no aconchego de casa, no colo da mãe ou no afago do(a) companheiro(a). Em função do trabalho temos nossa rotina. Estruturamos o cotidiano e organizamos as tarefas de acordo com o causador de tudo isso: nosso emprego. Assim também fazem os estagiários. O mundo gira em torno daquela grande responsabilidade. Responsabilidade que não nos abandona e nem nos permite cair no tédio. Mas, algumas vezes o dia chega. O dia em que um cidadão senta em frente a nós, que dedicamos a vida toda ao sucesso daquela empresa, e demora menos de 20 minutos para destruir o que construímos em 20 anos. E aí?

Não foi necessário assistir o filme para descobrir que há muitos valores na vida que o trabalho não traz. Quando vi os créditos subirem, minha cabeça viajava. Estava longe. Foi junto com um dos aviões que carregou Ryan praticamente durante todo o filme. Trilha sonora magnífica (sou detalhista e amante de música; trilhas sonoras podem ser decisivas quanto a minha opinião). Vida real em pauta. Planos, sonhos, fuga. Sem clichês enjoados. Um filme de Jason Reitman, o mesmo diretor de Juno e Obrigado Por Fumar. Amor Sem Escalas (Up in the Air, 2009). Preciso dizer que recomendo?

Um comentário:

Amandinha (: disse...

Poxa, baixei acidentalmente e deletei quando vi que não era o que eu queria baixar.. mas o tema cai bem pro momento, vou ver se alugo ou baixo de novo ;) não vi os outros dois, tenho uma implicância inexplicável com Juno.. talvez depois desse eu até reveja meus conceitos sobre ele.. bjoca