junho 07, 2008

Cuidada

De repente as idéias clarearam, ainda que as palavras estivessem embaçadas. Passei tempos nadando em uma incerteza profunda, com angústias a me socorrer. De que adianta – pensei comigo mesma – nadar em dúvidas e apoiar-se em mágoas? Para que servem as mágoas? As vezes prefiro ter lembranças de nada e nenhum. Eu quero é paz. Hoje aprendi a cuidar. Cuidei das palavras, dos gestos e das expressões faciais. Cuidei porque quis. Posso ser muito inexpressiva aos outros, enquanto que, para mim, estou sendo extremamente clara no que quis apresentar aos que vêem. A intenção de cuidar era não deixar qualquer que fosse o ser desconfortável. Qualquer que é – e é. Quem acabou segurando a bomba - e digo de tal – fui eu. Ao pisar em terra firme desci do salto, soltei o cabelo, lavei o rosto e botei abrigo. Confortou-me o fato de poder rir altíssimo ou simplesmente ficar em silêncio. Nem sempre aquilo que se quer é o que se precisa. Eu não precisava cuidar de nada. Eu quis. E é quase crível – se não fosse a sílaba in que acabei de acrescentar no início da palavra – que aceitei tudo. Pesa muito. Porém, sossega. Não entende? Pois é, nem eu.

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