dezembro 18, 2007

a contrADIÇÃO

O Amor não é cego. Ele é perfeito exatamente por suas imperfeições. É tão mais fácil chamá-Lo de cego, um tão nobre sentimento... A diferença entre a cegueira do amor e a visão fria é o alcance. O amor vê muito mais que qualquer outro sentimento. Ele não vê cor, sexo, religião ou cabelo e, sim, a alma e o piscar de olhos dos apaixonantes. Vê também o jeito como aquele tão belo e instigante ser se movimenta, o odor que oferece, a voz e a maneira de se expressar com as, tão perigosas, palavras. Já dizia minha musa, Madonna "palavras cortam como faca". Palavras que fazem sangrar, sofrer, enganar. Estas, sim, quebram qualquer encanto e exterminam qualquer amor. Talvez sejam Suas maiores inimigas.
O Amor implanta em quem ama um poder súbito de bondade - simultâneo com o de possessão - um olhar diferente, um vazio incômodo, um alguém aparentemente inatingível. Não há razão, apenas vida. Vive-se cada segundo como o último de uma existência, não deixando a chuva que paira através da nuvem ser, nunca, torrencialmente abaladora. Se o Amor fosse um humano já estaria morto, tal a fraqueza destes seres - que depois culpam o Amor por seus atos insanos. Ser humano. Ser amável. Ser amado. Ser imperfeito. Cega é a força que o amor implanta em cada ato e pensamento dos seres que o conhecem. Cega é palavra imperfeita para definir um sentimento ilimitado.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Se o Amor fosse um humano já estaria morto"
e, se um humano fosse feito de amor, nunca morreria :)